Código Da Vinci
O Código Da Vinci é um romance policial do escritor Dan Brown, publicado em 2003 causando polémica ao questionar a divindade de Jesus Cristo (best-seller mundial tendo vendido já mais de 60milhoes de copias). Eu talvez devido á minha mandriice literária, dei me á leitura do romance á apenas 1 mês (2007). Um assunto que devido ás divergências opinativas suscita sempre discussão entre a malta (ainda esta sexta gerou uma fraca troca de argumentos, talvez pelo silêncio em que nos tinhamos de permanecer, num local cuja a citação após umas boas litradas de sangueria foi “Em Coimbra, tudo é fado”- é o que consta), vou lançar o tema e legitimar a minha opinião.
Ao contrário do que provavelmente possa parecer, frequentei um colégio católico tendo sido educado de uma forma cristã. Fui baptizado, fiz a primeira comunhão e fiz a profissão de fé. Ainda me lembro perfeitamente das palavras do bispo após a profissão de fé: "Agora estão cheios do Espírito Santo". Realmente estava, não me designei sequer a ser crismado. Isto não porque alguma vez me opus aos ideais cristãos, mas sim por pertinácia. Alguma vez deixei de respeitar as rezas e preces que me foram impingidas como meio de comunicação com o Senhor, mas que não me fascinava era verdade. Agora sim, algo que me fascinava era a mensagem de Deus, de Cristo (“Perdoa os teus inimigos”; “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”; “O reino dos céus é dos pobres, ricos de espírito e não dos ricos, que são pobres de espírito"). Infelizmente a igreja hoje em dia não transparece a ideia que eu tinha de Jesus ter nascido num palheiro, entre a vaca e o burro, rodeados por José e Maria. Mas isso já é fugir ao tema, o que faria alongar este texto numa infinidade de linhas.
Quando saiu este romance, o próprio autor sabia que ia gerar polémica entre o Vaticano e todas as entidades relacionadas com tal. Porque é que a igreja continua a repugnar este livro se é (isto segundo eles) apenas ficção? Bem, algo a igreja faz os possíveis para esconder dos seus fiéis, só falta saber qual a parte ou se mesmo toda a parte do romance é verdadeira? Uma coisa eu sei, numa sociedade aberta e justa como a nossa, porque não se pune a igreja por tentar difamar o escritor Dan Brown? È que o índex já la vais meus amigos. Agora deparamo-nos com a questão fulcral do impacto do livro na congregação Cristã: Deixaremos de acreditar em Cristo só porque ele foi casado com Maria Madalena? Não foi essa a mensagem que Jesus nos deixou. Na minha opinião resta-nos talvez aceitar a existência de 2 Jesus. O da Fé que é impossível contestar e o histórico que por muito que se queira, provavelmente nunca saberemos a verdadeira história seja ela qual for. Papa, meio Papa, Celibatário, meio celibatário, Divino, meio Divino e meio Homem ou apenas um Homem. Para quem tem fé nada disto importa e não é o Código da Vinci que vai abalar a sua fé lá porque ela se baseia na imagem de Jesus e Deus e não na Instituição que é a Igreja e que afinal subsiste, há 1300 anos, colocando toda a sua verdadeira historia à sombra e alterando-a sempre para tornar convalescente em seu benefício. Temos o exemplo de Maria madalena, que durante anos e anos foi referida pela igreja como prostituta.
Uma notinha: Se formos a ver bem, a melhor publicidade ao livro e ao filme foi levada a cabo pela própria Igreja, a custo zero para o autor. Dan deve estar bem agradecido.
“Não te envergonhes de dizer a verdade, quando se trata da tua alma.”
9 Comments:
ora bem, Francisco, n�o tenho grande coisa a dizer sobre o assunto porque como sabes as minhas cren�as religiosas andam pelas ruas da amargura e acima de tudo tenho uma descren�a enorme relativamente a essa institui�o mafiosa e milenar que d� pelo nome de Igreja Cat�lica.
Concordo ctg, quando afirmas que a f� em Cristo e nas suas palavras n�o pode ser abalada com a abatimento de certos dogmas postulados pelos sucessivos conc�lios que foram ocorrendo ao longo da hist�ria, e que foram inculcando a "ideologia" Crist�. Ora bem, o que se passava nessas reuni�es mafiosoas era simples; um conjunto de homens a quererem um tachozito para que ao mesmo tempo se pudessem sustentar e satisfazer as suas necessidades mais "vernaculas". � ridiculo a masculiniza�o de uma institui�o de import�ncia t�o vital como � a igreja na nossa sociedade. Nao sou de modo nenhum femininista, mas � injusto falar de igualdade entre todos e depois desprezar as mulheres, la porque Jesus teve uma rela�o com Maria Madalena isto nao quer dizer que a mulher tenha que ser o elo mais fraco de uma sociedade, felizmente (para elas) o homem conseguiu abrir os olhos e secularizou as suas principais institui�es dando espa�o ao sexo feminino(ao mesmo tempo hipotecou o futuro da especie).
Outra cois aque me irrita solenemente � o fanatismo relgioso e o determinismo, levar todas as nossas ac�es bem como o funcionamento do mundo para o campo do divino parece-me no minimo...rid�culo e doentio. Ora se um condutor cansado ou distraido atropelar uma familia na passadeira matando o filho mais novo e deixando o outro tetraplegico � vontade divina, mais vale Deus estar quietinho. Ou, na melhor hip�tese, fazia com que o condutor cansado e distraido embatesse a toda a velocidade contra o Malato e o Claudio Ramos....
Abra�o continua a mandar as tuas postas, que eu manderei (para mal dos teus pecados) as minhas!
JFC
Eu tambem aqui concordo com o john..a minha fe tambem nada tem a ver com a Igreja, falo com o meu proprio "Deus"! Quanto ao filme.. nada melhor que deixar a igreja falar, nem precisaram de melhor markting para o vender e isso era obvio desde o inicio! Sorte a deles, a custo zero!! Maria Madalena.. enfim sendo Mulher, aos olhos desta religiao tinha que ser logo catalogada como prostituta e na verdade é bem pelo contrario uma das mais importantes "peça-chave" dentro deste tema de conversa e dai terem que a por a maus olhos! E nos dias de hoje tudo continua igual, o Papa ainda diz Nao ao preservativo..enfim.. ainda esta muito afastado da nossa realidade e depois admiram se que as pessoas cada vez mais percam e se afastem das suas proprias crenças religiosas, devido ao evoluir do tempo e mentalidades!
Como é óbvio para todos aqueles que percebem o que é uma religião, o que vem na Bíblia não é integralmente verdade. Talvez nem o seja parcialmente.
As religiões não são mais do que formas que as pessoas encontraram para explicar o que não percebiam. Se, nos nossos dias, temos capacidades intelectuais e científicas para explicar fenómenos naturais, há 2000 anos não tínhamos essa dádiva. Desta forma, há que reconhecer que a Bíblia é um livro como outro, que transmite uma ideia através de histórias, verdadeiras ou não.
Estas religiões foram ao longo do tempo formas de o Estado controlar o povo. Dando poderes aos Padres, Pastores e afins, faziam com que o povo acreditasse que uma conduta digna e trabalhadora atingiriam a felicidade e a vida eterna, contribuindo igualmente para o desenvolvimento do país.
Tendo isto em conta, há que perceber que os factos enunciados pelo Código constituem alguns pormenores menos claros da história cristã. Estes não constituem razão alguma para se deixar de acreditar nem na Fé cristã, nem nos ensinamentos que ela apregoa. São apenas curiosidades, quem em nada desvalorizam a mensagem transmitida pelo "Filho do Homem" (citando o próprio Deus!!), pelos apóstolos e seus sucessores.
forte abraço
migas
Não sabia que um do famosos bárbaros era gay...Mas ainda be que te assumiste!*
beijocas
Bem, tenho tambem uma educacao religiosa, mas nos ultimos anos a divindade da igreja ou do que esta diz e dos valores que ela defende tornou-se questionavel.
A igreja foi erguida, bem depois da morte de Cristo, por pessoas que tinham como objectivo o seu funcionamento para a uniao de um Imperio...A igreja que a maior parte do povo portugues frequenta e Crista Apostolica Romana, fundada pelo Imperador Constantino seculos depois da morte de Cristo.
Obviamente como Imperador romano, havia coisas que nao interessavam para a uniao dos povos...E a tentativa da transmissao de uma imagem divina e incorrompivel levou a que a igreja omitisse uma mulher a Jesus (na sociedade daquela altura, casava-se aos 12/13 anos para quem achar que Jesus podia estar a espera de acabar o curso e comprar casa) e tornou Maria magicamente virgem.
Uma historia tao divina teve obviamente aderentes que procuravam na igreja uma vida eterna e a explicacao para diversos fenomenos planetarios que nao compreendiam.
Dan Brown chama a atencao ao Mundo para uma outra versao das coisas, bem mais realista na minha opiniao!
Jesus pode ter casado, ter tido filhos e ate mais do que uma mulher. Ha que pensar que numa sociedade romana que oprimia as mulheres, Jesus ter tido uma acaba por torna-las tao divinas como os homens, e obviamente isso era impossivel!
O romance apesar de fantasioso e baseado em sociedades secretas dos seculos XII e XII que (algumas) se prolongaram ate hoje, e bem fundamentado e bem escrito e Dan Brown e concerteza um grande escritor...
Ja sabes, tu escreves, eu comento!
Abraço
Henrique
Henrique na sua melhor pose intelectual, sim senhor, esta juventude qualquer dia está a comentar as questões metafisicas e problemáticamente excogitadas da nossa sociedade...
...o livro é de ficção e penso que quem diz que não acredita em Deus na religião etc etc e depois vem aqui dizer que este livro fez abrir os olhos a muita gente tratando-o como se de uma segunda bíblia se tratasse é ridiculo, e peço desculpa, mas só pessoas sem a devida formação e que o fazem. A importancia da igreja para mim neste momento são os valores e principios que nos transmitem e que nos acompanham toda a nossa vida, além de que ter fé ajuda uma pessoa a viver e a ultrapassar muitos obstáculos, e até suavizar um pouco a terrível ideia da morte.
é sem dúvida um bom livro para ler com espírito crítico tendo sempre em mente que se trata de ficção.
Sem mais
Zé
...o livro é de ficção e penso que quem diz que não acredita em Deus na religião etc etc e depois vem aqui dizer que este livro fez abrir os olhos a muita gente tratando-o como se de uma segunda bíblia se tratasse é ridiculo, e peço desculpa, mas só pessoas sem a devida formação e que o fazem. A importancia da igreja para mim neste momento é os valores e principios que nos transmite e que nos acompanham toda a nossa vida, além de que ter fé ajuda uma pessoa a viver e a ultrapassar muitos obstáculos, e até suavizar um pouco a terrível ideia da morte.
é sem dúvida um bom livro para ler com espírito crítico tendo sempre em mente que se trata de ficção.
Sem mais
Zé
(peço de esculpa pelo erro)
Leiam literatura. Ao menos pagam a verdadeiros artistas e não a engenheiros das palavras e coladores de ideias. São livros e ideias feitas para a produção em massa.
Quanto às verdades no livro, who the fuck cares? Ou se acredita em Deus ou não. Ou se está inserido numa religião organizada ou não. Pessoalmente não me sinto tentado a pertencer a nenhum grupo, a procurar essa aceitação. Gosto de pensar por mim.
Cheers
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