O nosso Portugal está em crise. A união europeia está em crise. Talvez a primeira premissa só seja verdadeira única e exclusivamente porque a segunda existe, caso contrário estaríamos melhor que nunca (?!). Como foi divulgado há uns dias, uma eventual intervenção europeia para restaurar a confiança na economia portuguesa custaria cerca de 30 mil milhões de euros, segundo uma estimativa BNP Paribas. A grande e impertinente questão que se faz aqui é e passo a citar: como usaríamos nós esse dinheiro limpinho? Que até para o Sr.Bill Gates seria uma grande massa. Já sei, siga recorrer uma alusão satírica para elucidar o nosso povo e principalmente a peble (essa espécie…) do que seria feito com o dinheiro? Siga.
(Na rua da Imprensa à Estrela, 4 - 1200-888 Lisboa.. o telefone tocou)
-Tou.
-Então, daqui Barroso..
-Oh Durex, faz tempo pa. Qé feito de ti meu mandrião.
-Epa não me chames isso, que isto pode estar sob escuta.
-Então diz la o que tu queres oh Zé Manel.
-Obelá, poracaso não estas interessado em 30mil milhões de euros? (fez-se silêncio…)Então, tas-me a ouvir Zé Socas?
-Isso é muita massa, não é?
-Claro que é, imagina tu que até dava para restabelecer a economia portuguesa da crise.
-Ena pa, a sério? Então é mesmo muita massa.
-Meu stripper, pegar ou largar
-Mas este dinheiro não tem nada a ver com a madeira, não vou ter que financiar os estragos pois não?
-Claro que não, esse dinheiro não é prioritário.. só vai no Outono.
-Há bom, assim falamos a mesma língua.
-Vá tenho assuntos importantes a tratar, que eu não tenho a tua vida..
(risos de ambas as partes…)
-Muito boa essa, vai la.
Saiu-me a sorte grande, pensou Socrates. Nem queria acreditar. O que iria fazer ele com tanto dinheiro? Preocupadíssimo não dormiu nas 48horas que se seguiram, não bebeu café, não atendeu chamadas, não jogou Tetris… só magicando o que iria fazer ele com esse dinheiro todo. Já estava exausto de tanto matutar até que como todos os génios da história, uma luzinha alumiou-se por cima da sua cabecinha… “È isso, já sei! Vou criar uma comissão para concluir todas as maneiras possíveis de gastar essa massa” Entre outras maneiras pesquisadas prontamente no Google, verificou que daria para comprar 69 tanques de guerra, 47000 mil t2 virados para a praia de Matosinhos, 100000 programas do “ídolos”, 50 milhões de máquinas de lavar e à volta de 30mil milhões de cafés. Mas isto foi uma pesquisa feita meramente a titulo de brincadeira, porque as duas questões fundamentais que se puseram foram: è muito dinheiro e vou ter de criar mais uma comissão mas com mais membros para se fazer uma avaliação mais rigorosa e abrangente.
Era necessário saber quanto mais membros seria composta a segunda comissão de avaliação, coisa que a primeira não soube responder. Entao José decidiu criar uma subcomissão para ver se realmente a primeira comissão estaria a desempenhar as suas funções de maneira correcta e outra comissão para decidir quantos mais membros seriao adicionados à segunda comissão.
Fez-se luz. Após duas semanas de voltas e reviravoltas, foi encontrada a primeira conclusão: é necessário um Mac book pro e um Audi A5 por cada membro da comissão e das comissões posteriores de jeito a permitir uma maior eficiência na comunicação entre si e nas suas deslocações necessárias à pratica de um bom serviço. Na segunda comissão também foi encontrada uma conclusão: deveria ser aumentada a comissão de 1 a 6 membros para aumentar a eficácia desta mesmo. Foi então que mais uma vez Socas através do seu magnificente cérebro, elaborou uma ideia: “Siga lançar um dado, e o número que calhar será o número de membros a ingressar na comissao”. Mas quem irá lançar o dado, cogitou ele. Teria de ser alguém altamente qualificado e sério para não haver possibilidade do governo ser acusado de competência ou mesmo por corrupção. Como ninguém, nem mesmo Sócrates era um entendido em dados, sentiu-se a necessidade de criar 3 novas comissões: a primeira iria decidir quem iria lançar o dado; a segunda ira procurar o dado perfeito sem cessar; enquanto a terceira se encarregaria de avaliar o grau de viciação do dado. Como paredes têm ouvidos e os passarinhos sabem falar, depressa a notícia chegou ao ouvido de um velho colega de “escola” de Sócrates… Signore Berlusconi. Este querendo ajudar a pavorosa empreitada do seu amigo Socas, sugeriu-lhe um laçador de dados profissional, desenvolvido pela Itália no inicio do séc XXI, sabe-se la para que. Prontamento aceitou, e quando confrontado sobre o valor avultado da sua compra de 5milhões de euros, respondeu: “Temos que ter em conta que é o melhor lançador de dados que há”.
Após uma semana, Sócas criou uma comité de festas para organizar um evento festivo para o lançamento do dado de modo averiguar qual iria ser o número de membros a ingressar na comissão supracitada. Fez-se uma grande festa, honras de estado, homenagens desportivas, ranchos folclóricos e mesmo um concerto dos U2. Não era razão para fazer por menos. À hora da cinderela, foi lançado o dado sobre grande entusiasmo calhando o número 4. Aparentemente estava tudo bem, até que a comissão de viciação descobriu uma trapaça na configuração do lançador. Foi feita uma nova cerimónia, ainda mais pomposa onde à mesma hora da última foi lançado o dado. Calhou o número 4 outra vez, sem nada a relatar. Não houve qualquer detecção de fraude.
Ao passar os olhos pela situação, o presidente teve as suas dúvidas e tomou as devidas providências: enviar a proposta para o Tribunal Constitucional. A proposta foi considerada inconstitucional. Socas mais uma vez, esfregou as mãos e tirou da cartola mais um grupo para avaliar o nível de constitucionalidade ponto a ponto da matéria em causa. Criou-se também uma comissão para garantir que não havia qualquer na interpretação da constituição, e havendo já comissões a mais, criou-se outra comissão de avaliação das restas comissões de avaliação.
Ao fim de 6 meses, a primeira comissão chegou a uma avaliação final: havia 209567 maneiras de desbastar os fundos propostos pela união europeia. Isto deixou o primeiro-ministro um bocado confuso, decidindo criar uma comissão de filtragem sobre as maneiras criativas e produtivas ao gasto dos fundos europeus. Claro que foi também criado a respectiva comissão de avaliação desta ultima comissão. Com esta nova filtragem, chegou um número mais preponderante à sua decisão, 56899 maneiras.
Depois de mais 4 prolongados meses, e após muitas reuniões nos mais distintos locais, possibilitando a estimulação do cérebro como casinos, bares, bordeis, etc… As demais comissões chegaram em uníssono à conclusão que deveriam ser investidos os 30mil milhões de euros na Saúde, Educação, Tecnologia e Ciência com o objectivo de progredir na média da União Europeia (Com esta apanharam-me).
Depois de aprovada a media em todas as comissões e subcomissões de avaliação, na AR e mesmo até no Tribunal Constitucional… surgiu o seguinte dúvida: depois de tanta medida a tomar, tanta comissão, tanta subcomissão, tantos computadores, tantos audis, máquinas de café, banquetes, e as cerimónias relativas ao lançamento do dado, os 30mil melhoes de euros ficaram reduzidos a uns míseros 2€10…o que deixou Socas bastante confuso. Dando conta que já não haveria fundos para criar uma comissão para ajudar a decidir o que fazer com tão pouco dinheiro, foi então que chegou a um verdadeiro dilema: um lanche misto ou dois kinders bueno? Era certo e sabido que já não havia dinheiro para mais comissões, então só havia uma solução, e Sócrates sabia disso…Um referendo!
Foi formulada a seguinte questão ao povo Português: “ de forma a despender os fundos comunitários fornecidos pela EU, que género alimentício deve o nosso Sr.Primeiro-ministro consumir?” Prontamente formaram-se os movimentos neo-kindeanos, vistos por toda gente por um ajuntamento ousado e audaz, chegando a ser mesmo olhados de lado. Foram demais as tentativas de (ex)terminação deste grupo por parte dos sindicatos do diabete. Por outro lado, foi-se formado u movimento novo de apoio ao lanche misto. Era um movimento jovem, ambicioso mas profundamente realista. Foi uma campanha e peras, nunca se consumiu tanto kinder e lanche misto na história da confeitaria nacional.
Lanche misto ou kinder? Quem ganhou? O que interessa isso.. vai ficar ao critério do leitor(sim, porque se chegaste ate aqui neste texto, és automaticamente considerado leitor). O único ponto relevante deste texto é como foi aproveitada a “grande massa” injectada pela União Europeia. È por estas e por outras que estamos no cu do mundo, nunca vamos ousar sair da cauda da Europa. È pedir muito, principalmente ao nosso Sr.Primeiro-ministro que sejamos ao menos um cu limpinho? Ou mesmo uma cauda “cabana”?
Claro que este texto não passa de uma suposição, mas vale a pena ressaltar todas e quaisquer semelhanças com a realidade. Meras coincidências da realidade? Fruto da imaginação do autor ou do leitor?