Monday, December 03, 2007

Código Da Vinci

O Código Da Vinci é um romance policial do escritor Dan Brown, publicado em 2003 causando polémica ao questionar a divindade de Jesus Cristo (best-seller mundial tendo vendido já mais de 60milhoes de copias). Eu talvez devido á minha mandriice literária, dei me á leitura do romance á apenas 1 mês (2007). Um assunto que devido ás divergências opinativas suscita sempre discussão entre a malta (ainda esta sexta gerou uma fraca troca de argumentos, talvez pelo silêncio em que nos tinhamos de permanecer, num local cuja a citação após umas boas litradas de sangueria foi “Em Coimbra, tudo é fado”- é o que consta), vou lançar o tema e legitimar a minha opinião.

Ao contrário do que provavelmente possa parecer, frequentei um colégio católico tendo sido educado de uma forma cristã. Fui baptizado, fiz a primeira comunhão e fiz a profissão de fé. Ainda me lembro perfeitamente das palavras do bispo após a profissão de fé: "Agora estão cheios do Espírito Santo". Realmente estava, não me designei sequer a ser crismado. Isto não porque alguma vez me opus aos ideais cristãos, mas sim por pertinácia. Alguma vez deixei de respeitar as rezas e preces que me foram impingidas como meio de comunicação com o Senhor, mas que não me fascinava era verdade. Agora sim, algo que me fascinava era a mensagem de Deus, de Cristo (“Perdoa os teus inimigos”; “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”; “O reino dos céus é dos pobres, ricos de espírito e não dos ricos, que são pobres de espírito"). Infelizmente a igreja hoje em dia não transparece a ideia que eu tinha de Jesus ter nascido num palheiro, entre a vaca e o burro, rodeados por José e Maria. Mas isso já é fugir ao tema, o que faria alongar este texto numa infinidade de linhas.

Quando saiu este romance, o próprio autor sabia que ia gerar polémica entre o Vaticano e todas as entidades relacionadas com tal. Porque é que a igreja continua a repugnar este livro se é (isto segundo eles) apenas ficção? Bem, algo a igreja faz os possíveis para esconder dos seus fiéis, só falta saber qual a parte ou se mesmo toda a parte do romance é verdadeira? Uma coisa eu sei, numa sociedade aberta e justa como a nossa, porque não se pune a igreja por tentar difamar o escritor Dan Brown? È que o índex já la vais meus amigos. Agora deparamo-nos com a questão fulcral do impacto do livro na congregação Cristã: Deixaremos de acreditar em Cristo só porque ele foi casado com Maria Madalena? Não foi essa a mensagem que Jesus nos deixou. Na minha opinião resta-nos talvez aceitar a existência de 2 Jesus. O da Fé que é impossível contestar e o histórico que por muito que se queira, provavelmente nunca saberemos a verdadeira história seja ela qual for. Papa, meio Papa, Celibatário, meio celibatário, Divino, meio Divino e meio Homem ou apenas um Homem. Para quem tem fé nada disto importa e não é o Código da Vinci que vai abalar a sua fé lá porque ela se baseia na imagem de Jesus e Deus e não na Instituição que é a Igreja e que afinal subsiste, há 1300 anos, colocando toda a sua verdadeira historia à sombra e alterando-a sempre para tornar convalescente em seu benefício. Temos o exemplo de Maria madalena, que durante anos e anos foi referida pela igreja como prostituta.

Uma notinha: Se formos a ver bem, a melhor publicidade ao livro e ao filme foi levada a cabo pela própria Igreja, a custo zero para o autor. Dan deve estar bem agradecido.

Não te envergonhes de dizer a verdade, quando se trata da tua alma.”